Descubren estatuillas de marfil de 4.500 años de antigüedad en Perdigões (Portugal)

Cerca de 20 estatuillas de marfil que se estima tienen alrededor de 4.500 años de antigüedad han sido descubiertos en una excavación arqueológica en el este de Portugal, por primera vez en el país. 

Según el arqueólogo António Valera "esta es la primera vez que las piezas de estas características, han aparecido en Portugal" y agregó que hallazgos similares se habían realizado anteriormente en el sur de España. Dijo que las estatuillas parecían ser objetos funerarios, ya que fueron descubiertos en un área del complejo arqueológico de Perdigões que había sido utilizado para las cremaciones entre finales del Neolítico y la Edad de Bronce. Él fechó las piezas a la mitad del tercer milenio antes de Cristo, por lo que tienen alrededor de 4.500 años de antigüedad.

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Estatuetas descobertas no Alentejo têm 4.500 anos e cabem na palma da mão

Fuente: Lucinda Canelas / Marta Portocarrero | Público.pt, 9 de agosto de 2012 

* Más información en su página de Facebook: Perdigões. Um projecto de Arqueologia em Construção de dónde se han tomado las fotos para este artículo.

São de marfim, cabem na palma da mão e têm pormenores delicados, que surpreendem. António Valera, o arqueólogo que dirige as escavações na Herdade dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, fala com entusiasmo das estatuetas de marfim que ontem apresentou aos jornalistas como "descoberta única" em Portugal.

Foto: Ídolo antropomórfico masculino. Calcolítio, III milénio AC. Recolhido na área do recinto central dos Perdigões, integrado num contexto funerário.

"Difunde-se muito a ideia de que o homem pré-histórico era rude, um brutamontes, graças ao cinema", diz Valera. "Mas o que povoados como o dos Perdigões mostram, com toda a sua simbiose com o mundo natural, é algo que estas esculturas vêm reforçar - nesta Pré-História havia um grande grau de sofisticação que está muito longe do preconceito."

Com 4.500 anos, as 20 esculturas em miniatura (com tamanho entre os 12 e os 15 centímetros), "pelo menos nove das quais muito realistas", começaram a ser encontradas no ano passado, quando os arqueólogos escavavam um fosso onde, depois de cremados, foram depositados vários corpos. Para os investigadores da Era, a empresa que há 15 anos trabalha nos Perdigões, a herdade que a Finagra (actual Esporão S.A.) comprou para plantar vinha, mas que acabou por transformar num campo arqueológico com 16 hectares, encontrar representações humanas de marfim, "com grande qualidade estética e de execução", foi "emocionante", embora não tenha sido uma surpresa completa.

Foto: Perdigões, 2012. Conjunto de ídolos antropomórficos. Muito raros em Portugal, são principalmente conhecidos na área sul de Espanha. Comumente esignado como ídolo chato ou almeriense. Este tipo de representação humana também surge gravada em placas-ídolo.

Estatuetas semelhantes são relativamente frequentes na Andaluzia, região com a qual o Sul do país forma uma unidade territorial na Pré-História. Como escavaram apenas uma área muito reduzida deste complexo arqueológico em que descobriram já mais de 500 peças e fragmentos de marfim, entre elas algumas representações de animais muito pormenorizadas, Valera e a sua equipa acreditavam que, mais cedo ou mais tarde, poderiam vir a dar com esculturas antropomórficas. "O que surpreendeu foi o rigor realista de algumas das figuras, que terá exigido grande capacidade técnica", explica.

Para Vítor Gonçalves, catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, especialista em Pré-História, a grande singularidade das estatuetas humanas dos Perdigões é simplesmente o facto de terem sobrevivido milhares de anos às agressões do solo alentejano. "Temos poucas figurações antropomórficas de marfim na Pré-História portuguesa, mas ainda menos no Alentejo, porque lá a terra é tão ácida que destrói tudo", explicou ao PÚBLICO pelo telefone, não tendo visto ainda ao vivo as peças da herdade. A descoberta, que considera "impressionante", é para este arqueólogo mais uma das originalidades dos Perdigões, a juntar ao facto de ser um "complexo mágico-religioso alentejano em que os sepulcros não são antas".

Conhecido desde 1983, o sítio dos Perdigões só começou a ser escavado em 1997, depois de um estudo geofísico, que fez uma espécie de radiografia à paisagem, ter identificado uma série de fossos concêntricos, mais ou menos circulares, e outras estruturas: possíveis cabanas, silos e sepulturas.

O que os trabalhos têm revelado nos últimos anos, explica Valera, é que o povoado, que começou por ser construído por comunidades neolíticas (c. 5.500 anos), teria grande importância na região, tendo sido, possivelmente, lugar de festas cerimoniais e de rituais associados ao culto dos mortos. O cromeleque perto da necrópole, já fora dos limites do povoado, reforça esta teoria.

"Estas povoações, das antigas sociedades camponesas, eram já capazes de construir obras públicas de envergadura, como estes fossos. Identificámos 12 e fizemos sondagens em quatro. Para fazer estes quatro estimamos que terão sido retiradas 60 mil toneladas de rocha, impressionante para as ferramentas rudimentares da época", diz Valera.

Foto: Pequena escultura em marfim, com cerca de 3 cm. Representa, de forma extremamente realista, uma ave. Integrava um contexto de deposições funerárias do Sepulcro 2 dos Perdigões.

Em seguida, os arqueólogos vão aprofundar os estudos dos materiais nas valas e nas sepulturas com a ajuda de antropólogos da Universidade de Coimbra e fazer sondagens nos fossos para determinar a idade de cada um e a dinâmica de ocupação do povoado. Pelo meio, há que continuar a analisar as "miniesculturas". Para já as perguntas são muitas e as certezas quase nulas. Porque são tão realistas numa altura em que a representação da figura humana é essencialmente estilizada, como prova a maioria das 20 estatuetas? Serão deuses? Porque têm algumas o género tão bem definido e outras são assexuadas?

Foto: (2009) Báculo recolhido no Sepulcro 1. Deve ali ter sido colocado com a intenção de acompanhar os restos mortais de um indivíduo. Este é, nas sociedades rurais, um símbolo de comando poder ou chefia. O Papa faz-se acompanhar de um báculo. Este tem menos de um palmo de comprimento e foi esculpido em osso.

Têm o corpo esguio, com as nádegas e o tronco bem delineados, nariz e orelhas definidas, tatuagens faciais, cabelos a cobrirem as costas, olhos grandes que poderiam ter incrustações e as mãos sobre a barriga, segurando o que parece ser um bastão. "Nesta fase só podemos lançar hipóteses, especular", reconhece Valera. "São todas muito parecidas e o facto de serem realistas faz-nos pensar que podem querer comunicar uma ideia muito específica. A própria postura do corpo pode ter um significado, como quando nos ajoelhamos na igreja. Podem representar um estatuto social, um grupo dentro da comunidade ou até mesmo uma família. 

"Mas também podem ser divindades, teoria que parece mais provável a Vítor Gonçalves, que conhece as estatuetas da Andaluzia. "Muitas das representações humanas neste período, como as das placas de xisto portuguesas, estão ligadas à deusa-mãe. Depois, progressivamente, chegamos a outras de um deus jovem."

Os arqueólogos dos Perdigões vão também estudar o marfim de que são feitas. Dos 500 fragmentos encontrados nos Perdigões analisaram apenas 15 e concluíram que se trata de marfim de elefante africano, o que prova que o povoado mantinha contactos com regiões distantes. Mas entre os restantes pode haver elefante asiático, marfim fóssil (de quando havia elefantes na Península) e até osso de outros animais, explica Valera. Na península de Lisboa, acrescenta Gonçalves, já foram encontrados fragmentos de cachalote.

Foto: Pequena escultura em marfim de dente de elefante, com cerca de 1,5 cm. Pode representar, de forma bastante realista, um bovino. Integrava um contexto Calcolítico de deposições funerárias do Sepulcro 2 dos Perdigões.

Muitos dos enigmas das esculturas dos Perdigões vão ficar por decifrar, diz o director das escavações, mas os problemas que elas colocam, associados às práticas funerárias, sobre a concepção do corpo são só por si fascinantes. E se para o homem que viveu no Alentejo pré-histórico o corpo não fosse uma unidade? "É difícil saber o que vai na cabeça das pessoas de há 5.000 anos." Mas vale a pena pensar nisso.

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Respuestas a esta discusión

Qué alucinante.El báculo,me suena haber visto otro parecido.El significado del bastón en el mundo funerario ,como el de los zapatos ,suele ser ayudar al difunto en su largo viaje por el otro mundo.La figurilla de abajo¿no podría ser un jabalí mejor que un bóvido?Y el ave,debe de ser la primera que se encuentra en ese periodo¿no?

 

Aquí están los de Jaén:

  (foto de Paloma)http://terraeantiqvae.com/group/prehistoria/forum/topics/hallados-e...

dos-idolos

A lo mejor el báculo,más que un bastón de ayuda a los difuntos puede  ser  una especie de cetro o quizá de instrumento mágico.Está trabajado de forma parecida  al  "ídolo sandalia "de los Millares (o Almizaraque,no recuerdo):

(Fotografía Guillermo Caso ,http://terraeantiqvae.com/profiles/blogs/reconstrucci-n-de-la-lira-...

El bóvido o jabalí si hubiera a parecido en a Africa ,casi diría que podría ser un hipopótamo.me resultan muy interesantes las figurillas de animales tan realistas -naturalistas ,porque creo que son las únicas que hay de ese periodo ¿no?.

Servan,  yo he pensado a  veces que podrían ser representaciones de antepasados o de muertos.La postura de los brazos de los de Jaén y algunas d e las figurillas me recuerdan a los ídolos de las Cícladas.Los zigzag a modo de pelo me hacen pensar en la lluvia,que que a veces se pide a los antepasados.

 http://terraeantiqvae.com/group/prehistoria/forum/topics/hallados-e...

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