Campaña de firmas para salvar la sede del Museo Nacional de Arqueología portugués

Como se venía temiendo, es preciso acudir en defensa del Museo Nacional de Arqueología de Portugal y su centenaria (fue fundado en 1893 por el legendario arqueólogo José Leite de Vasconcelos) ubicación en el bello Monasterio de los Jerónimos de Lisboa. La asamblea lusa del ICOM (el organismo internacional de museos), en plena sintonía con los Amigos del MNA (GAMNA), la Associação dos Arqueólogos Portugueses, y la dirección del propio Museo (Luís Raposo, miembro de Terraeantiqvae), acaba de convocar esta suscripción de firmas online: http://peticao.com.pt/mna, que os ruego consideréis apoyar.

Arriba la sede centenaria, que podría ser objeto de ampliación y remodelación. Abajo, la Cordoaria nacional, antigua instalación del Ejército, a donde se quiere trasladar el MNA. Las diferencias no son sólo en la dignidad del espacio continente, pero también...

El texto, dirigido al Ministério da Cultura portugués, es el siguiente:

Petição "EM DEFESA DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA"

Quando há cerca de um ano o anterior Governo colocou a hipótese da transferência do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria nacional, o seu Grupo de Amigos (GAMNA) chamou logo a atenção para os riscos inerentes, dos quais o mais importante é o da segurança geotécnica do local e do próprio edificado da Cordoaria, para aí se poderem albergar as colecções do Museu Nacional português com colecções mais volumosas e com o maior número de peças classificadas como “tesouros nacionais”.

Após as últimas eleições pareceu ser traçado um caminho que permitia encarar com seriedade esta intenção política. A ministra da Cultura afirmou à imprensa que fora pedido ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) um parecer acerca das referidas condições geotécnicas e que seria feito projecto de arquitectura coerente, respeitador tanto da Cordoaria Nacional como do programa do Museu. Ao mesmo tempo garantiu que esse complexo seria totalmente afecto ao MNA, sem a instalação antecipada de outros serviços no local. Sendo assim, deixaria também de ser necessário alienar espaços do MNA nos Jerónimos, a título de garantia da ocupação antecipada da Cordoaria.

Causa, pois, profunda estranheza a sucessão de acontecimentos das últimas semanas, os quais vão ao ponto de comprometer ou até inviabilizar a continuidade da gestão do Director do Museu, que nos cumpre elogiar pelo dinamismo que lhe conseguiu imprimir e de cujos interesses se constitui, perante todos nós, em legítimo garante.

O estudo tranquilizador que se dizia ter sido pedido ao LNEC, deu afinal lugar a parecer meramente pessoal do técnico convidado para o efeito. O GAMNA, encomendou estudo alternativo, que vai em sentido contrário. O Director do Museu recolheu, ele próprio, outros pareceres, dos mais reputados especialistas da área da engenharia sísmica, que igualmente corroboram e ampliam as preocupações existentes. É agora óbvia a necessidade da realização de um programa de sondagens e de verificações in loco, devidamente controlado por entidade idónea, de modo a poder definir com rigor a situação da Cordoaria em matéria de riscos sísmicos, maremoto, efeito de maré, inundação e infiltração de águas salgadas. A recente tragédia ocorrida na Madeira, onde se perdeu quase por completo o acervo do Museu do Açúcar, devido a inundação, aí está para nos lembrar como não pode haver facilidade e ligeireza neste tipo de decisões.

Enquanto não estiver garantida a segurança geotécnica da instalação do MNA na Cordoaria Nacional, importa manter todas as condições de operacionalidade do Museu nos Jerónimos. Neste sentido consideramos intolerável a alienação pretendida da “Torre Oca” a curto prazo, até porque uma tal opção iria comprometer definitivamente qualquer hipótese futura de regressar a planos de remodelação e ampliação do MNA nos Jerónimos, conforme foi a opção consistente de sucessivos Governos, até há dois anos. O MNA merece todo o respeito e não pode ser considerado como mero estorvo num local onde aparentemente se quer fazer um novo Museu.
O poder político não pode actuar ignorando os pareceres técnicos qualificados e agindo contra o sentimento de todos os que amam o património e os museus. Apelamos ao bom senso do Governo, afirmando desde já a nossa disposição para apoiar o GAMNA na adopção de todas as medidas cívicas e legais necessárias para que seja defendida, como merece, a instituição mais do que centenária fundada pelo Doutor Leite de Vasconcelos, o antigo “museu do homem português” e actual Museu Nacional de Arqueologia.
Lisboa, em 29 de Março de 2010.

Os Peticionários
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Añado también este escrito de aclaración de Luís Raposo, director del MNA, fechado antes de ayer, en la misma ocasión:

[esclarecimento apresentado durante as VIII Jornadas Anuais do ICOM Portugal, em 29 de Março de 2010]

MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA: mudar, só para melhor

Uma vez que foi anunciada a intenção de fazer transitar rapidamente o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria Nacional (CN), destinando-se o espaço dos Jerónimos à ampliação do Museu de Marinha ou a um novo museu, o Museu da Viagem, julgo já ser altura de dizer o que penso sobre o assunto. A tal me conduzem os deveres que tenho para com os visitantes, o Grupo de Amigos do MNA, as comunidades científicas e museológicas a que pertenço e sobretudo para com a minha própria consciência pessoal. Vejo, aliás, que o tema mobiliza as comunidades da arqueologia, da museologia e do património e começou a interessar os media. Ainda bem, porque o futuro de uma instituição centenária desta natureza é um assunto de cidadania, que ninguém poderia esperar, muito menos desejar, ficasse escondido dentro de gabinetes.

Como tenho repetido noutras ocasiões (v. por exemplo Publico, 23-12-2006), não sou, em absoluto, contra a transferência do MNA para outras instalações. Pertenci a equipas que procuraram essas alternativas e elas chegaram a estar prefiguradas em sucessivos PDMs de Lisboa (Alto do Restelo, Alto da Ajuda, terrenos anexos ao CCB, etc.). Tendo falhado todas estas hipóteses, optei na última década – e com eu todas as direcções do Instituto de tutela - por estudar, primeiro, e depois propor projectos de arquitectura muito sólidos, da autoria de Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro, alicerçados em sondagens e estudos geológicos realizados sob supervisão do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), visando a ampliação do MNA nos espaços já ocupados nos Jerónimos. Estes estudos e projectos foram desde 1998 acolhidos por todos os governos que precederam a actual legislatura e chegaram ser formalmente adoptados por um primeiro-ministro, que anunciou o calendário da sua execução.

Não posso deixar de considerar ser pena que se deitem agora à rua as dezenas, ou porventura centenas, de milhares de euros assim gastos. Mas, enfim, se a opção é de mudança de instalações, então o que importa assegurar é que ela seja claramente para melhor. Não podendo ser para edifício novo, pois que seja para um edifício histórico prestigiado, bem situado e sobretudo adequado às necessidades de um museu moderno, mormente daquele que é um dos mais visitados do Ministério da Cultura, o que possui colecções mais volumosas e vastas e ainda o que tem maior número de bens classificados como “tesouros nacionais”. E já agora, quanto ao espaço deixado livre nos Jerónimos, que se execute nele um projecto cultural que realmente valha a pena e honre a Democracia.

Ora, devo confessar que, não obstante a atitude positiva que sempre tenho em relação à mudança, o espírito construtivo e colaborante a que minha posição funcional me obriga e ainda a esperança que depositei na orientação política traçada pela actual Ministra da Cultura, tenho agora dúvidas que estes desideratos sejam de facto assegurados.

Em Novembro e Dezembro passados, após reuniões tidas com a tutela do MNA e directamente com a senhora Ministra da Cultura, foi traçado um caminho que me pareceu e continua a parecer sério e viável, a saber:

-mandar executar estudos geotécnicos, sob direcção de entidade idónea (que a senhora ministra anunciou à imprensa ser o LNEC), garantidores da viabilidade e condições de instalação do MNA na CN; destes estudos resultariam as obras de engenharia que fossem consideradas como condições prévias a qualquer projecto de arquitectura;

-execução de um projecto da arquitectura arrojado, respeitador da Cordoaria (ela própria classificada como monumento nacional e merecedora de todo o respeito) e do programa museológico do MNA;

-afectação de toda a CN ao MNA, reconfigurado institucionalmente de modo a incluir alguns serviços de arqueologia do Ministério da Cultura que nele poderiam desejavelmente ter lugar;

-não instalação antecipada na CN de serviços do MC, de modo a que o espaço estivesse totalmente disponível para a execução do projecto de arquitectura; correlativamente, não havendo necessidade de ocupação da CN por parte da Cultura, não entrega adiantada à Marinha de espaços nos Jerónimos, mantendo aqui o MNA toda a sua capacidade operacional, até que pudesse ser transferido para a CN, em boa e devida ordem.

Nos últimos dois meses parece que toda esta estratégia foi abandonada, sem que se perceba muito bem porquê. Talvez apenas pelo que se quer fazer nos Jerónimos e não propriamente pelo interesse na melhoria do MNA. Importa recordar que a ideia de afectar o sector oitocentista dos Jerónimos em exclusivo à Marinha, de forma clara (ampliação do Museu de Marinha) ou encapotada (Museu da Viagem, colocado em instalações alienadas para a Marinha, bem diferente do que seria um tal museu antropológico e civilista, sob tutela exclusiva da Cultura), limita-se a ressuscitar o antigo projecto do Estado Novo, sob impulso do almirante Américo Thomaz, que teve golpe de finados quando o Conselho da Revolução, em Janeiro de 1976 (no rescaldo do 25 de Novembro e quando País corria o risco de uma deriva cesarista), entendeu publicar um decreto hoje risível, no qual se impunha a transferência para a Marinha de todos os espaços dos Jerónimos não afectos ao culto. É irónico que este projecto seja retomado agora, mas… é a vida. Na condição em que subscrevo este texto, apenas me cumpre assinalar esta entorse cívica. Todavia, na mesma condição, cumpre-me mais, cumpre-me denunciar a extraordinária situação para que um museu mais do centenário e um acervo tão vasto e estruturante para o País são atirados, tratados como meros empecilhos para que uma opção política de regime possa rapidamente ser executada. Em ditaduras terceiro-mundistas não se faria diferente.

Quanto ao edifico da CN o problema não é tanto político mas técnico e altamente complexo, fazendo todo o sentido os cuidados na sua abordagem, acima sumariados. Trata-se de uma proposta que tem meio século, ressurge ciclicamente e foi sempre recusada com base em pareceres técnicos credíveis. Mudaram entretanto as circunstâncias ? Talvez. Mas apenas se alguém com competência bastante puder agora garantir a inexistência ou o adequado controlo dos riscos sísmicos, de inundação, impacte de marés, etc. que são reconhecidos naquele preciso local (edificado sobre o estuário do rio Seco num local, “Junqueira”, que significa pântanos de juncos) e arriscam conduzir a uma catástrofe para o acervo histórico nacional que o MNA guarda. E se outro alguém garantir depois a mobilização dos meios financeiros suficientes para a profunda requalificação do quarteirão inteiro da CN, onde nalguns sectores se verifica uma quase ruína e noutros as coberturas são em telha vã, os pavimentos são irregulares, estão saturadas em sais marinhos, etc., etc. Ora, a única coisa que até aqui me foi apresentado em sentido tranquilizador, foi um parecer dado a título individual por um antigo técnico LNEC, certamente competente, mas que não responsabiliza mais do o seu autor. O Grupo de Amigos do MNA obteve estudo de outro técnico muito credenciado e que vai em sentido contrário; eu próprio recolhi pareceres de dois dos mais reputados especialistas portugueses em engenharia sísmica – e todos concordam em alertar para o risco efectivo e elevado que existe no local da CN.

Talvez assim se compreenda melhor porque atribuo a esta matéria tanta importância. Talvez se entenda porque não posso em consciência, neste momento, considerar como definitivamente adquirida a transferência do MNA para CN. E, por outro lado, também assim se possa melhor perceber porque considero inaceitável executar desde já o despejo de parte do MNA nos Jerónimos – situação que seria sempre anómala (e desnecessária, porque não existem agora pressões para colocar quaisquer serviços da Cultura na CN), porque o que faria sentido, conforme o acordado inicialmente, era que o Museu apenas desocupasse os espaços actuais quando mudasse de instalações, após as obras profundas de arquitectura a que a CN deverá inevitavelmente ser submetida.

Continuo, pois, a aguardar a apresentação pública de estudos que garantam a segurança do acervo do MNA na CN. Aguardo, logo depois, a abertura de concurso público ou o convite a arquitecto consagrado para desenvolver o projecto que se impõe, tudo isto sem esquecer os estudos urbanísticos da zona envolvente, de modo a precaver, e potenciar, o fluxo das várias centenas de milhar de pessoas que passarão anualmente a frequentar uma zona em que se irão colocar lado a lado os dois mais visitados museus do Ministério da Cultura.

No entretanto, o MNA continuará a servir da melhor forma que puder os seus utilizadores, no cumprimento do programa cívico que Leite de Vasconcelos concebeu e Bernardino Machado adoptou. As iniciativas públicas já tomadas em torno do futuro do MNA, com especial relevo para o espírito combativo demonstrado pelo nosso Grupo de Amigos e para os oferecimentos de activa solidariedade por parte de personalidades as mais diversas, das associações científicas e profissionais, das universidades e das autarquias, reconfortam-me e dão fé de que a sociedade civil não está adormecida.

Luís Raposo

Director do Museu Nacional de Arqueologia, 29 de Março de 2010.
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Más información en:
Transferência do Museu de Arqueologia para a Cordoaria acende grande controvérsia. Grupo de Amigos do museu e arqueólogos portugueses não aceitam mudança ditada "por razões de circunstância".

P.D.- Por cierto, para quien no lo sepa, el MNA ofrece un catálogo online, con muchos documentos digitalizados: http://biblioteca.mnarqueologia-ipmuseus.pt/ , sobre todo su revista desde 1895, O arqueólogo português (http://biblioteca.mnarqueologia-ipmuseus.pt/oarqueologo.htm), y una pequeña sección de artículos diversos en línea, en general recientes: http://www.mnarqueologia-ipmuseus.pt/?a=6&x=3&cc_tipo=113 (aunque veo que algunos enlaces no marchan).

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Comentario por Guillermo Caso de los Cobos el marzo 30, 2010 a las 3:31pm

Realmente, es una lástima que el Museo Arqueológico Nacional de Portugal pueda perder su actual y espléndida ubicación.

Desde luego, no será fácil encontrarle una buena sustitución, si bien, por lo que se puede leer, la Asociación de Arqueólogos de Portugal, y otras entidades y personas, abogan, antes que por el traslado a la "Cordoaria Nacional", por la construcción de un nuevo edificio -lo que parece más adecuado- si es que no hay más remedio que ubicar el Museo en otro sitio.

En la medida de lo que pueda ayudar, ya les he manifestado mi apoyo.

Comentario por Alicia M. Canto el marzo 31, 2010 a las 7:48am
Sí, eso lo hubieran aceptado, un nuevo edificio, pero luego no había presupuesto. Después se apostó por la reforma y ampliación del actual monasterio, con traslado provisional a la Cordoaria, pero los estudios sísmicos y de otras condiciones de este último no están claros y, como es lógico, no se puede aceptar cambiar para peor, o con peligros no bien definidos. Y gracias por su apoyo, Sr. Caso. Es asombroso que la campaña empezó ayer por la mañana y en 24 horas las firmas online van para 450.
Comentario por Alicia M. Canto el marzo 31, 2010 a las 10:24am
Noticia de ayer, de la agencia Lusa, en el diario liosboeta Público (gracias a Paulo Alexandre Monteiro, de la lista Archport de la Universidad de Coimbra):


Petição online quer avaliação de segurança da Cordoaria para acolhe...

30.03.2010, por Lusa, PÚBLICO

A Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Museus (ICOM) defende a realização de sondagens na zona da Cordoaria Nacional para avaliar riscos sísmicos e de inundação do espaço que deve albergar o Museu Nacional de Arqueologia (MNA). A comissão lançou também ontem uma petição online em que apela ao "bom senso" do Governo e pede que se mantenham "todas as condições de operacionalidade do Museu nos Jerónimos".

Em causa está a transferência do MNA do Mosteiro dos Jerónimos - espaço que deverá ser entregue ao Museu da Marinha - para o edifício da Cordoaria, perto do local onde será construído o novo Museu dos Coches, e que tem sido alvo de contestação pelos arqueólogos.

Na sequência de uma assembleia geral da Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Museus, a instituição lançou a petição, que tem como primeira signatária a historiadora de arte e ex-directora do antigo Instituto Português de Museus Raquel Henriques da Silva. O documento, que contava à altura da publicação deste texto com 100 assinaturas, tem como destinatário o Ministério da Cultura. Raquel Henriques da Silva escreve na petição que espera que ela "ainda vá a tempo de ajudar a ministra da Cultura a decidir-se". "Os dados disponíveis apontam claramente para este facto: não há nenhuma certeza que a Cordoaria seja o bom destino!", remata.

Na petição, a comissão nacional do ICOM frisa que é "óbvia a necessidade da realização de um programa de sondagens e de verificações in loco" para avaliar qual a situação da Cordoaria "em matéria de riscos sísmicos, maremoto, efeito de maré, inundação e infiltração de águas salgadas", lembrando o exemplo da Madeira, cujo Museu do Açúcar perdeu grande parte do seu espólio com o mau tempo.

Os peticionários sublinham ainda que Gabriela Canavilhas tinha pedido ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) um parecer sobre as condições geotécnicas da Cordoaria, manifestando estranheza perante a polémica entre a tutela e a direcção do MNA quanto à devolução da Torre Oca e ao prosseguimento do processo de transferência. E referem: "O estudo tranquilizador que se dizia ter sido pedido ao LNEC deu afinal lugar a parecer meramente pessoal do técnico convidado para o efeito".

Na semana passada, o director do MNA, Luís Raposo, dizia ao PÚBLICO que estava iminente uma "situação de ruptura" com a tutela depois de o Ministério da Cultura ter pedido que a Torre Oca fosse devolvida à Marinha depois de esta a ter cedido ao MNA em 1993. A torre é uma garantia para a Marinha, que vai ceder a Cordoaria ao MNA.O motivo pelo qual Luís Raposo considerava não ser possível abdicar da Torre Oca prende-se exactamente com o facto de ainda não conhecer provas de que a Cordoaria Nacional tem condições de segurança para receber o espólio arqueológico.

O Instituto dos Museus e da Conservação, por seu turno, reiterou de que o prazo de 8 de Maio para a devolução do espaço da Torre Oca é para manter. A situação já tinha motivado a primeira reunião das duas associações de profissionais do sector (Associação dos Arqueólogos Portugueses e Associação Profissional de Arqueólogos) no dia 20, que consideraram que a transferência do MNA é "um erro grave ou até um crime de lesa-património".

Na petição que se encontra na Internet sob o título "Em Defesa do Museu Nacional de Arqueologia", a comissão nacional pede ainda que se mantenham "todas as condições de operacionalidade do Museu nos Jerónimos" enquanto "não estiver garantida a segurança geotécnica" do novo espaço, considerando "inaceitável" a exigência de devolução iminente da Torre Oca.

O IMC mantém a intenção de transferir o MNA para a Cordoaria e garante, nas palavras do seu director, João Brigola, em declarações ao PÚBLICO na semana passada, que "o estudo geológico foi feito" e que "os riscos [que a Cordoaria representa] são os mesmos em toda a zona ribeirinha", estimando que a Cordoaria dará mais espaço expositivo ao MNA.
Comentario por Alicia M. Canto el abril 6, 2010 a las 10:17pm
Sólo para comentar que sigue el debate en los medios de prensa y foros sobre este penoso asunto, y que la campaña de firmas va ya por las 1264, una buena señal.

Una de las últimas manifestaciones:

A defesa do Museu Nacional de Arqueologia é também uma questão de cidadania
A mudança do Museu Nacional de Arqueologia tendo como objectivo primário tornar devolutas as suas centenárias instalações, mesmo tendo como pano de fundo uma genuína intenção de melhorar as condições actualmente existentes, levantou dúvidas quanto ao futuro do museu.

Pois a mudança de um grande museu português como o MNA, casa mãe da arqueologia portuguesa, só pode ser encarada como um importante desígnio cultural nacional.
Recorda-se que há já cerca de dezasseis anos que a também instalação de uma exposição efémera no MNA levou à desmontagem da sua exposição permanente e, desde então, deixou de haver uma apresentação museográfica do património arqueológico português num único museu nacional.

Esta mudança deveria assim encontrar-se fundamentada em estudos, ser objecto de uma planificação, que integrasse os respectivos programas e projecto museológico, dotados de orçamento e de recursos financeiros.

Apoiar o esforço para esclarecer as questões agora levantadas e conseguir garantias quanto à continuidade futura do MNA deverá ser encarado como um acto de cidadania.

João Marques
Presidente da Secção de História
da Associação dos Arqueólogos Portugueses

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y esta entrevista de radio con el director del Museo, Luís Raposo, que tiene en (más) riesgo su cargo:

Director do Museu de Arqueologia critica Ministério da Cultura

Rádio Renascença, 05-04-2010 19:17

O segundo museu mais visitado na tutela do Ministério da Cultura está a ser tratado pelo próprio Governo como um “estorvo”, afirma o presidente do Museu Nacional de Arqueologia.

Luís Raposo e a ministra Gabriela Canavilhas estão em ponto de ruptura. Na base do desentendimento está o processo em torno da mudança do museu dos Jerónimos para a Cordoaria Nacional, em Lisboa.

Luis Raposo é director do Museu Nacional de Arqueologia há 14 anos. Não está contra a mudança do seu museu para a Cordoaria Nacional, mas a pressão com que o Ministério da Cultura está a tratar o processo incomoda-o.

O gabinete de Gabriela Canavilhas comprometeu-se a entregar até 8 de Maio parte do edifício do Museu de Arqueologia à Marinha, que em troca dará a Cordoaria Nacional à Cultura.

Sem estarem garantidas as questões de segurança do edifico da Cordoaria, Luís Raposo garante que não entrega parte do seu museu.

A “guerra” está aberta e Raposo considera que o Ministério da Cultura está a tratar o Museu Nacional de Arqueologia como um “estorvo”.

É extremamente incómodo, é mesmo indigno, o tratamento dado a um Museu, mais do que centenário, que é o Museu Nacional de Arqueologia, que possui um dos principais acervos de memória da nação”, sublinha.

Incomodado com a situação, Luis Raposo expôs na última semana o caso na reunião do Conselho Internacional dos Museus.

Sabe que o seu cargo pode estar em causa e confessa que há duas hipóteses nesta altura em cima da mesa: ou é afastado pela tutela ou se demite.

Por enquanto não antecipo cenários, ambas as hipóteses existem e, no ponto a que chegámos, estão em cima da mesa”, afirma.

De saída ou não, Luís Raposo sabe que a ministra Gabriela Canavilhas tem para o Mosteiro dos Jerónimos outros planos, que passam pela instalação do Museu da Viagem. A dúvida é saber quem o vai tutelar.

Os Jerónimos serão assim o local da portugalidade que Gabriela Canavilhas tem falado para instalar o anunciado Museu da Língua/Viagem.

(A la derecha se clica el audio, de unos 5 minutos)
Comentario por José María Pita Macias el abril 9, 2010 a las 9:20pm
Acabo de añadir mi firma con la esperanza de que el Museo continúe en su actual emplazamiento. Me propongo seguir este tema con mucho interés, pues el MNA es una de mis peregrinaciones habituales en Lisboa.
Comentario por Alicia M. Canto el julio 20, 2010 a las 8:50am
Muy interesante novedad. La campaña de firmas (en la que muchos colaboramos desde aquí) y la sensibilización social convencieron al Parlamento portugués, incluyendo el problema de la vieja sede del trasladado y refundido IPAR-IGESPAR. Ahora hay que esperar que el Gobierno siga las recomendaciones que se le hacen:

Diário da República, 1.ª série — N.º 138 — 19 de Julho de 2010

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Resolução da Assembleia da República n.º 69/2010

Recomenda ao Governo a imediata suspensão de todas as acções relativas à transferência de museus e à criação de novos museus no eixo Ajuda/Belém, designadamente da construção do novo Museu dos Coches, até à elaboração de um plano estratégico para a reconfiguração do seu conjunto.

A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:

a) Suspenda imediatamente todas as acções relativas à transferência de museus e à criação de novos museus no eixo Ajuda/Belém, incluindo o processo de construção do novo Museu dos Coches nas instalações das antigas Oficinas Gerais do Exército, até à elaboração de um plano estratégico que inclua avaliação de infra-estruturas, projectos museológicos, estudo de públicos e acessibilidades, previsão de custos, fontes de financiamento e calendarização;

b) Promova um amplo debate público sobre as alterações aos museus do eixo Ajuda/Belém, incluindo o projecto de construção do novo Museu dos Coches e suas consequências para outros museus e serviços do Ministério da Cultura, envolvendo nomeadamente as associações dos sectores da Museologia e da Conservação e Restauro, a Câmara Municipal de Lisboa, a Associação de Turismo de Lisboa e especialistas nacionais e internacionais das áreas do património, da museologia e da arquitectura;

c) Proceda à divulgação pública de todos os estudos e avaliações técnicas existentes relativamente às opções entretanto assumidas pelo Ministério da Cultura e promova a sondagem às fundações do Edifício da Fábrica Nacional de Cordoaria, a ser executada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, para averiguar as condições de estabilidade e de segurança daquele património, tendo em conta as características do edifício e do local onde está implantado;

d) Avalie os vários projectos museológicos e sua relação com os edifícios existentes, bem como com novos edifícios a construir, face às necessidades dos museus que já existem e à eventual criação de novos museus ou unidades museológicas;

e) Elabore um plano estratégico para a reconfiguração do conjunto de museus no eixo Ajuda/Belém, que inclua avaliação de infra-estruturas, projectos museológicos, estudo de públicos e de acessibilidades, bem como de sustentabilidade das instituições, previsão dos custos, fontes de financiamento e calendarização de todas as acções relativas à transferência de museus e à criação de novos museus no eixo Ajuda/Belém.

Aprovada em 28 de Maio de 2010.

O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

Início de Vigência: 24-07-2010

(Gracias a Isabel Luna, desde Archport)
Comentario por Guillermo Caso de los Cobos el julio 20, 2010 a las 4:32pm

Pues sí que hay que felicitarse, Dra. Alicia, de que nada menos el Parlamento portugués haya tomado cartas en el asunto y haya hecho una recomendación para que se vuelva a reconsiderar el traslado del Museo Arqueológico Nacional de Portugal.

Aunque en política todo puede suceder, es de suponer que tan alta y significativa recomendación será tenida en cuenta.

Comentario por Alicia M. Canto el marzo 3, 2011 a las 7:52am

Por desgracia, parece que las campañas de firmas, y las recomendaciones del Parlamento portugués, o de de organismos como el ICOMOS, no han servido para evitar el abandono del MAP de su bella sede en los Jerónimos de Belem, aunque al menos se ha hecho el estudio geo-arquitectónico del mucho más modesto edificio de la Cordoaria, en Avda. da India-R. da Junqueira, y parece que no tiene problemas técnicos para albergar las colecciones:

(Cop. imágenes)

 

Estudo técnico à Cordoaria Nacional revelou edifício sem fissuras

O secretário de Estado da Cultura disse hoje que a avaliação técnica realizada ao edifício da Cordoaria Nacional, em Lisboa, concluiu que a estrutura se encontra em bom estado de conservação.

Elísio Summavielle e a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, foram hoje ouvidos pela Comissão de Ética, Sociedade e Cultura na Assembleia da República, em Lisboa, no âmbito das audições regulares dos deputados com os membros do Governo.

O secretário de Estado tinha sido questionado por deputados da oposição sobre a situação do projeto para a ligação dos museus na zona de Belém.

Este eixo prevê a transferência do Museu Nacional de Arqueologia com o seu espólio, instalado no Mosteiro dos Jerónimos, para a Cordoaria Nacional.

A deslocação do museu, que tem vindo a suscitar críticas de alguns especialistas na área da museologia, levou o Bloco de Esquerda a questionar a tutela sobre as boas condições do complexo para receber o valioso espólio arqueológico.

A deputada bloquista Catarina Martins recordou a recomendação aprovada no Parlamento no ano passado para a realização de estudos na zona que garantissem a boa viabilidade da transferência antes de ser feita qualquer mudança.

O secretário de Estado da Cultura indicou que a comissão técnica criada para acompanhar o processo fez uma avaliação que concluiu pelas boas condições da estrutura edificada.

"Apesar do edifício ter mais de 250 anos, e de ter passado por um forte terramoto, as paredes não apresentam uma única fissura", indicou o governante.

Situado na Avenida da Índia, o edifício, fundado no reinado de D. José, em 1771, tem sido também designado por Real Cordoaria da Junqueira, ou Real Fábrica da Cordoaria da Junqueira.

Ainda segundo Elísio Summavielle, foram feitas obras de drenagem por baixo do edifício antes de tornar a zona estanque.

As áreas do edifício estão agora a ser estudadas e será criado um programa de ocupação do espaço e mais tarde aberto um concurso para adaptação do edifício ao acolhimento do Museu Nacional de Arqueologia.

Os deputados questionaram ainda a tutela, no quadro da situação dos museus nacionais, sobre uma carta assinada por 25 diretores destas entidades, em solidariedade para com Graça Filipe, ex-subdiretora do Instituto dos Museus e da Conservação, que se demitiu em fevereiro alegando razões pessoais.

Na missiva, os subscritores pedem ainda que sejam debatidos os recursos financeiros, a reorganização da rede dos museus nacionais, com a anunciada saída, pelo IMC, de algumas unidades para a tutela das direções regionais de cultura e das autarquias.

O secretário de Estado louvou o trabalho desenvolvido por Graça Filipe, e, relativamente às questões levantadas na carta, indicou que as alterações que virão a acontecer "inserem-se no âmbito de uma reestruturação de toda a administração pública" e "passam por alterações às formas de gestão e orgânica".

Quanto à saída de alguns museus, recordou que se insere no Programa Estratégico para os Museus anunciado no ano passado pelo Ministério da Cultura e que se encontra em curso.

cf. destak.pt  (vía M. Ramos, de Archport)

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Parece, pues, que habrá que irse haciendo a la idea:

Foto del blog "Espaço e Memória" (Associação Cultural de Oeiras)
Comentario por Alicia M. Canto el marzo 4, 2011 a las 7:15am

Interesante editorial de ayer en el blog del GAMNA, esto es, el Grupo de Amigos del Museo Nacional de Arqueologia (de Lisboa). Analizan la noticia del día anterior, cuestionando varias de las afirmaciones hechas en el Parlamento por el Sr. Summavielle, Secretario de Cultura, entre ellas la existencia real del estudio de riesgos de la Cordoaria que se decía hecho, exigiendo su público conocimiento.  

 

Quinta-feira, 3 de Março de 2011


Elísio Summavielle agrava a síndrome do vendedor de automóveis usados

Após meses de silêncio e quando pensávamos que a ideia da transferência do MNA para a Cordoaria Nacional estaria já esquecida, ou pelo menos adiada para as calendas solsticiais de Inverno, eis que de novo o SEC dá mostras de que lhe não passou, e antes se agravou, a síndrome de vendedor de carros em segunda mão, que já aqui lhe tínhamos diagnosticado.

Segundo relatam os jornais (veja-se o recorte abaixo), ele terá ontem dito à Comissão de Cultura da Assembleia da República que a comissão técnica criada para acompanhar o processo fez uma avaliação que concluiu pelas boas condições da estrutura edificada, isto porque "apesar do edifício ter mais de 250 anos, e de ter passado por um forte terramoto, as paredes não apresentam uma única fissura". Disse ainda que “foram feitas obras de drenagem por baixo do edifício antes de tornar a zona estanque.”

Lê-se e não se acredita, onde chegou o despudor.

Então o senhor Summavielle não sabe que o edifício da Cordoaria Nacional tem sido ao longo da sua existência objecto de obras de reparação e conservação, algumas profundas e bem recentes, com reposição de estuques e argamassas, pintura, etc. ? Bem conhecemos a cantiga do vendedor de automóveis em segunda mão sem escrúpulos quando nos quer impingir um chaço: “veja bem, nem um risco”…. Mesmo que por baixo de uma pintura superficial exista corrosão activa.

Já não chega e nunca chegou em assuntos sérios a palavra de um qualquer Summavielle. Se o tal estudo existe, disponibilize-o imediatamente.

Mas duvidamos muito que exista, porque também não sabemos a que “forte terramoto” se referirá este senhor. Ou estará a querer confundir os incautos, dando-lhes a entender que foi o de 1755, quando a actual Cordoaria Nacional foi construída depois dessa catástrofe e precisamente no local onde antes tudo o que existia tinha sido arrasado, ou então que terramoto será ?

Finalmente, a água parece ser uma obsessão do senhor Summavielle que facilmente se afunda. Lá voltou ele a dizer que já foram feitas as obras de drenagem que colocam a Cordoaria Nacional ao abrigo de inundações. Foram mesmo ? Quando ? Depois das últimas pequenas cheias do rio Seco que obrigaram a encerrar por um dia a exposição “Viva a República !”, na Cordoaria Nacional ? Claro que não.

Por infelicidade dos Summavielles deste mundo, até parece que S. Pedro esteve atento. Aquilo que agora se fez foi ligar os efluentes urbanos do rio Seco ao colector transversal no Tejo. E logo que estas obras terminaram, eis que um novo período de chuva intensa, mas curto, deu origem às cheias acima referidas ! É que os perigos de cheia na Junqueira não resultam de esgotos urbanos, mas de picos de precipitação na ampla bacia do rio Seco, que se estende desde Monsanto até ao Tejo.

Senhor Summavielle: tenha decoro.

 

(Vía Archport/ José Esteves)

Comentario por Guillermo Caso de los Cobos el marzo 5, 2011 a las 12:18am
Realmente, es una lástima que no se haya tenido en cuenta la recomendación del parlamento portugués y de otras instancias, y que el traslado del MAP al edificio de la Cordoaria Nacional no vaya a tener vuelta atrás. No obstante, parece que, al reclamar la publicación del estudio estructural de dicho edificio, la lucha puede todavía continuar.
En fin, les deseo suerte a los amigos del MAP.

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